São 13 locais para o santa-mariense escolher o seu peixe para a Semana Santa dos católicos, que iniciou na segunda(15) e vai até o domingo (21), mas um é especial para a população da cidade universitária: a Gare da Viação Férrea, onde ocorre a Feira do Peixe Vivo. Dos 27 anos de feira, 25 foram realizadas na Gare, e nos últimos anos em mais outros 12 lugares. A partir da feira surgiu a Associação dos Pisicultores de Santa Maria (Apism), promotora do evento junto com a prefeitura municipal.

A feira está ocorrendo desde a terça-feira (16), atendendo o público das 7h30 até às 20h. Na sexta-feira funcionará até às 12h, sendo este dia (a sexta-feira da Paixão) e a quinta-feira, o ponto alto das vendas. A expectativa dos produtores da Apism é comercializar entre 150 e 200 toneladas de peixe, que são de sete espécies (veja no quadro). Os valores do quilo do animal variam de R$ 8,50 a R$ 14,80, de acordo com a espécie do pescado.

Um veterano da feira

Quem está presente há 16 anos na feira é José Zambrano, o seu Zambrano.

“Sou encarregado de cuidar para que ninguém, fora os produtores, entrem no local onde ficam as piscinas e os tanques com os peixes.  Minha missão é fazer uma ligação com os fiscais da prefeitura para resolver qualquer problema”, explica Zambrano. Segundo ele, já passaram pela gare nestes anos todos de feira em torno de 100 mil pessoas.

E quem vai entrar para esta estatística é o aposentado Orlando Achterberg e a sua esposa Clesi Achterberg. Seu Orlando comprou uma carpa de 3kg e diz que vai fazer frito o peixe na sexta-feira.

O aposentado Orlando aproveitou para comprar uma carpa.

Quem também vai comer um peixe frito é a auxiliar de limpeza Luciana Souza, que comprou um pescado Cabeça Grande.

“É mais gostoso frito”,  diz ela.

Luciana comprou o seu pescado na banca Pisicultura Shuster, de Boca do Monte. Quem atende junto com os parentes é a estudante de Enfermagem Natasha Shuster, de 20 anos. Para ela é importante manter esse vínculo com a família e ajudar no atendimento e na venda do peixe. A família tem quatro açudes grandes e cinco tanques na propriedade.

“Durante o ano fazemos todo o manejo do peixe”, explica Natasha. “Não dá para se desvincular da família”, complementa.

Quem também trabalha em família é a dona Beatriz Toniolo, de Santa Flora. Ela conta que pesca, limpa, frita, come e vende, fala em tom de gracejo.

“Sempre se vende bem, mas talvez esse ano falte peixe”, especula a produtora.

Em 2019, a expectativa é vender entre 1.500 e 2.000 quilos do pescado, acredita.

Seu José Toniolo vende peixes na Semana Santa durante a Feira há 25 anos.

Serviço

O consumidor que desejar levar para casa um peixe limpo tem à disposição na gare uma banca que oferece o serviço de higienização do peixe. Ali seis produtores limpam as escamas, tiram as tripas e as vísceras. Além disso, eles não podem picar, filetar e cortar o pescado. Até 3kg o cliente paga R$8,00 pelo serviço e acima de 3kg 10,00. É o caso do seu Jorge Leal, que comprou uma carpa prateada de 7kg. Segundo Alexandre Lima, que coordena os trabalhos na barraca, em 2018 foram limpos em quatro dias em torno de duas toneladas.

A prefeitura municipal disponibiliza aos pisicultores a infraestrutura como rede elétrica, água para os tanques e lonas para a montagem dos pontos de venda.

HORÁRIOS DA FEIRA DO PEIXE VIVO

Terça (16), quarta (17) e quinta-feira (18)

Das 7h30min às 20h

Sexta-feira (19)

Das 7h30min ao meio-dia

LOCAIS DE COMERCIALIZAÇÃO

– Gare da Viação Férrea

– Faixa Velha de Camobi (próximo à Caixa Econômica Federal)

– BR-287 (próximo à Ulbra)

– BR-287 (próximo à Coca-Cola)

– BR-287 (próximo ao posto Santa Lúcia)

– BR-287, Viaduto Cesar Pina (divisa entre os municípios de Santa Maria e São Pedro do Sul)

– BR-158 (junto à fruteira Feltrin)

– Avenida Paulo Lauda (na Associação Comunitária)

– Rua Radialista Oswaldo Nobre (na entrada do Prado)

– Rua Eugênio Mussoi – Vila Santos (ao lado do PAR)

– Nova Santa Marta – Núcleo Central (Mercado Fogiatto)

– BR-392 – em frente ao supermercado Feltrin

– Rua Venâncio Aires, entre a Avenida Borges de Medeiros e Rua Appel

ESPÉCIES A SEREM COMERCIALIZADAS

– Carpa Prateada: R$ 10,60

– Carpa-Húngara: R$ 10,60

– Carpa-Capim: R$ 14,20

– Carpa Cabeça Grande: R$ 8,50

– Bacu: R$ 14,80

– Tilápia: R$ 13,10

– Jundiá: R$ 14,80

Crédito das fotos: Roberto Espirito Santo/SM24Horas/Especial