A Polícia Civil (PC) concluiu e encaminhou nesta quinta-feira (24) ao Poder Judiciário o inquérito que investigou irregularidades cometidas em 2018 na Casa de Saúde São José de Pinhal Grande,  município localizado na  Quarta Colônia de Imigração Italiana. O trabalho resultou em oito pessoas indiciadas.

A investigação, que começou em novembro de 2018 e contou com o cumprimento de 11  mandados de busca e apreensão, apontou a cobrança de internações, consultas e procedimentos dos pacientes atendidos pelo Sistema Único de Saúde – SUS. No período de agosto de 2018 a janeiro de 2019 foi apurada a cobrança indevida de mais de R$ 30 mil de pacientes que nada deveriam pagar. Dois funcionários do quadro da administração da Casa de Saúde cobravam e ordenavam a cobrança, os quais além de serem indiciados pelo crime de concussão, também foram indiciados pelo crime de coação no curso do processo, pois ameaçaram testemunhas durante a instrução inquisitorial.

Os indiciados

Os indiciados são: três pacientes e uma técnica em enfermagem da Casa de Saúde que fizeram falsas afirmações e foram indiciados pelo crime de falso testemunho; uma enfermeira da Casa de Saúde foi indiciada por fraude processual, pois tentou esconder documentos do Hospital com o objetivo de atrapalhar a investigação; e um membro da diretoria da Casa de Saúde foi indiciado pelo crime de desobediência, pois descumpriu ordem judicial para entregar documentos requisitados pela autoridade policial.

Além da cobrança de pacientes atendidos pelo SUS, a investigação apurou indícios de fraudes em contratos de trabalhos e rescisões, fraude fiscal, crimes de contrabando e descaminho, fraudes no SUS (falsas evoluções de pacientes internados), fraudes tributárias federais e de renda, entre outros delitos, os quais deverão ser apurados pelos órgãos competentes. Houve também a instauração de outros três inquéritos policiais para investigar os crimes de assédio sexual (ocorrido na Casa de Saúde), agiotagem e de comércio de armas, acessórios e munições.

Foram ouvidas mais de 90 pessoas

O inquérito possui 30 volumes e mais de 5.700 folhas, bem como foram ouvidas 93 pessoas, entre pacientes, parentes de pacientes, funcionários e membros da diretoria da Casa de Saúde.

 A investigação foi conduzida pelo delegado Adriano Winkelmann De Rossi, substituto da DP de Pinhal Grande.

Fotos: PC/Divulgação