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O Hospital São Francisco de Assis realizou uma captação de órgãos na última semana, fato que não acontecia desde 2017. O processo foi organizado pela equipe multidisciplinar da Comissão Intra Hospitalar de Doação de Órgãos e Transplante de Tecidos (CIHDOTT) do hospital. Esta foi treinada para auxiliar desde a manutenção do potencial doador até a captação dos órgãos realizada por equipe especializada que veio de Porto Alegre, por solicitação da Central de Transplantes do Estado do RS. O gesto é tão nobre quanto o de salvar vidas. Uma única pessoa, quando decide ser doador, pode salvar até 10 pessoas. Entretanto, para chegar nesse ponto do processo, uma série de exigências precisam ser cumpridas.

A doação só ocorre após a constatação da morte encefálica, quando não há mais função neurológica. Para isso, um protocolo é iniciado e testes são realizados até o diagnóstico final. Após, a equipe médica é responsável por comunicar aos familiares sobre o óbito. A equipe do CIHDOTT realiza o acolhimento dos familiares do potencial doador para consultar o desejo do paciente em ser doador, além da opinião e consentimento da família. É necessário que todos estejam de acordo e assinem um termo de autorização.

Para iniciar a captação de órgãos, um protocolo é aberto nas Organizações de Procura de Órgãos (OPOs) para mostrar que existe um potencial doador. As OPOs organizam a logística da procura de doadores de órgãos e tecidos nos hospitais, localizados na área de atuação das instituições, que são definidos por critérios geográficos e populacionais. Elas também definem uma série de exigências para que cada órgão possa ser doado. No Rio Grande do Sul, existem sete hospitais responsáveis: três em Porto Alegre, um em Rio Grande, um em Passo Fundo, um em Lajeado e um em Caxias do Sul. Em Santa Maria a referência é a OPO 6, com sede no Hospital Bruno Born, de Lajeado.

Exigências para doação 

As organizações também definem uma série de exigências para que cada órgão possa ser doado. O tempo que se leva, no mínimo, para fazer todos os procedimentos, testes e verificar os órgãos compatíveis para doação, é de 72 horas. Após cumprir com todas exigências, a equipe do hospital hospedeiro comunica quais órgãos serão compatíveis. As OPOs enviam equipes especializadas em cada órgão para fazer a cirurgia de captação de órgãos e, posteriormente, transportá-los até alguém que necessite de transplante. Aviões da Força Aérea Brasileira são empregados para agilizar e auxiliar no processo.

– É muito importante para o hospital poder receber um procedimento de captação de órgãos. Nossa instituição apoia a doação de órgãos. Os profissionais das Unidades de Terapia Intensiva e equipe da CIHDOTT não mediram esforços para prestar cuidados ao paciente e seus familiares – comentou a coordenadora de enfermagem, Carine Alves Gomes.

O hospital hospedeiro deve ter uma equipe para auxiliar, e só é possível fazer isso com treinamento específico. O Hospital São Francisco é cadastrado na OPO 6 e recebeu um Curso de Formação Intra-hospitalar para equipe multidisciplinar*, que conta com enfermeiros, psicólogos, fisioterapeutas e médicos. A estrutura do hospital também permite que o procedimento possa acontecer dentro dele.

 

Fonte: assessoria de comunicação do Hospital

Crédito da foto: Divulgação