Na manhã desta quinta-feira (13) foi realizada a primeira audiência instrução do caso de assassinato da transexual Carolline Dias, 27 anos, morta em 7 de setembro do ano passado, em Santa Maria.

A audiência iniciou por volta das 10h30, quando o juiz Vinicius Borba Paz Leão, da 1ª Vara Criminal, começou a ouvir testemunhas de acusação. A imprensa não teve acesso aos depoimentos, mas nossa reportagem conversou com uma amiga de Carolline, que preferiu não se identificar, logo após ela sair da sala onde ocorreu a audiência no Fórum.

“Eu estava junto com a Caroline naquele dia do crime. Tudo aconteceu porque o cara tentou estuprar a Carolline atrás do contêiner, mas ela não deixou e conseguiu fugir. Após, ela sofreu o tiro pelas costas. Hoje fiz o reconhecimento do autor. A Caroline era uma pessoa maravilhosa, não se envolvia em briga com ninguém”, contou a amiga da vítima.

A advogada Marina Callegaro, assistente de acusação, está convicta na condenação do autor.

“Queremos justiça pela morte da Caroline, com certeza ele será condenado. Hoje trouxemos algumas testemunhas para comprovar ao juiz como tudo aconteceu. Também peço que a sociedade tenha mais respeito pelas nossas mulheres transexuais”, ressaltou Marina.

Nos próximos dias devem ser ouvidas outras testemunhas em mais uma audiência de instrução. Após, o juiz decidirá se o réu vai a júri popular ou não.

O acusado havia recebido liberdade provisória um dia antes de assassinar Carolline, no dia 6 de setembro, e confirmou em depoimento para a Polícia Civil ser o autor do crime. O réu está sendo defendido por um defensor público.

Carolline era natural de Três Lagoas (MS).  Abaixo veja o vídeo do crime e relembre o caso:

Relembre o caso

Carolline Dias foi morta na madrugada de 7 de setembro na esquina da avenida Borges de Medeiros com a Presidente Vargas, onde costuma fazer ponto como garota de programa. Na ocasião, ela e um jovem 19 anos saíram do local e foram atrás de um contêiner de lixo, e momentos depois, a vítima saiu correndo e foi alvejado com um disparo de arma de fogo.

Carolline Dias era natural do Mato Grosso do Sul e tinha 27 anos. Foto: Arquivo pessoal